Os parlamentares católicos e evangélicos se juntaram a
Confederação Nacional da Indústria (CNI) e conseguiram derrubar a aprovação do
projeto que criaria a Contribuição Social das Grandes Fortunas (CSGF) que seria
destinado para a Saúde.
O boicote da reunião foi arquitetado para defender dois
interesses: o da CNI de impedir a criação do imposto de grandes fortunas e dos
religiosos que votariam sobre o projeto que cria direitos previdenciários para
dependentes de homossexuais.
“Tinham duas matérias polêmicas na pauta (pensão para gays
e taxação de grandes fortunas). No final, a articulação desses dois setores,
que é regimental, deu certo e os dois lados saíram vitoriosos”, disse o
advogado Paulo Fernando Melo, assessor das bancadas religiosas do Congresso.
Quando iniciou a votação os parlamentares do PSDB e do DEM
foram os primeiros a deixarem o plenário. Se fosse votada e aprovada a CSGF
destinaria R$14 bilhões por ano para a saúde.
Esse dinheiro seria arrecadado de 38 mil brasileiros que
possuem patrimônio a partir de R$4 milhões sendo a última faixa acima de R$115
milhões.
Apenas R$10 bilhões viria de 600 pessoas que são as mais
afortunadas do país, segundo diz o autor do projeto, o deputado Doutor Aluizio
Júnior. Quem é contra essa proposta diz que a medida pode afastar os
investidores do Brasil com medo dos impostos.
O projeto até chegou a ser votado, mas apenas 17 deputados
estavam na sessão, deles 14 votaram a favor, entre eles a relatora do projeto a
deputado Jandira Feghal (PCdoB-RJ), mas ao verificar o quórum eram precisos 19
votantes ao todo, mas os outros deputados foram saindo ao longo da sessão.
Entre os que abandonaram a votação estão os deputados
evangélicos Pastor Eurico (PSB-PE) que até chegou a discursar sobre o projeto,
mas saiu sem votar e o pastor Marco
Feliciano (PSC-SP) que saiu no início da votação.
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